A quimioterapia via oral é uma das opções de tratamento para quem precisa lidar com o câncer, mas muitas vezes essas pessoas e seus familiares não sabem que ela existe e do que se trata, o que os leva a imaginar que será preciso passar pela quimioterapia tradicional, considerada mais incômoda. Nesse post você poderá conferir do que se trata esse assunto e todas as informações a ele relacionadas.
A forma como funciona a quimioterapia oral, por exemplo, embora relativamente simples, requer diversos cuidados, como explicaremos abaixo.
Quimioterapia via oral: o que é
Como o próprio nome sugere, esse tratamento nada mais é do que a administração de medicamentos quimioterápicos por via oral, ou seja: em forma de cápsulas ou comprimidos. No post O Que É Quimioterapia explicamos que existem ainda outras formas de administrar tais remédios, como a intravenosa (aplicada diretamente na veia) e até mesmo através de aplicação no líquido da espinha.
Segundo o oncologista Dr. Otávio Clark, esse tipo de quimioterapia é um verdadeiro avanço em relação à tradicional, uma vez que pode ser feita em casa, sem a necessidade de idas constantes ao hospital. Mas não se engane: embora apresente comodidade, é preciso tomar alguns cuidados e se preparar para os efeitos colaterais, que também aparecem nesse tipo de tratamento.
Como funciona a quimioterapia via oral
O funcionamento da quimioterapia via oral em si se divide em 3 tipos, como explica o Dr. Ellias Magalhães em seu artigo para a Oncomed de Belo Horizonte. São eles:
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Quimioterapia: é o mais conhecido, e apresenta o agravante de atingir não só as células cancerígenas, mas também as células saudáveis do organismo;
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Hormonioterapia: tem por objetivo bloquear os hormônios que facilitam o crescimento do câncer, como a progesterona;
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Bioterapia: foca em alvos específicos do tumor, a fim de combate-lo causando o mínimo de danos às células saudáveis.
Cada paciente, portanto, receberá o tratamento específico para o seu caso, que deve ser receitado pelo oncologista. A partir daí, basta ir para casa e começar a tomar o remédio ou os remédios, caso sejam administrados mais de um, o que é perfeitamente comum.
É possível seguir uma rotina normal, sem interromper trabalho ou mesmo planos de viagens, mas muitos cuidados devem ser tomados para garantir o bom resultado do tratamento. Tais cuidados também irão variar de acordo com o medicamento, por isso é importante conversar com seu médico e ler a bula, mas segue abaixo alguns exemplos:
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É preciso respeitar os horários da medicação. Porém, caso esqueça de toma-la, pode seguir para o horário seguinte normalmente, nunca dobrando a dose para “compensar”;
- Como qualquer outro tipo de medicamento, deve ser mantido conforme orientações da bula e sempre longe de crianças;
- Dependendo do medicamento receitado, será preciso ingeri-lo algum tempo antes ou após as refeições, sempre com água;
- É recomendado não manusear o medicamento. Ao invés disso, os médicos indicam o uso de copos plásticos para colocá-lo, evitando que entre em contato com as mãos;
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O uso de álcool deve ser evitado durante o tratamento;
- Para mulheres, não é recomendado que haja gravidez ou amamentação antes do tratamento terminar;
- O uso de cigarros também deve ser interrompido, dependendo da medicação utilizada.
Há outros casos, porém, em que a quimioterapia oral é utilizada junto à tradicional, sendo preciso que o paciente vá ao hospital ou clínica para complementar o tratamento. Vale ressaltar, além disso, que qualquer paciente pode solicitar ao seu médico que veja a disponibilidade dos medicamentos orais antes de começar a se tratar, mas é preciso também verificar se os mesmos estarão acessíveis.
No Sistema Único de Saúde, por exemplo, podem ser encontrados medicamentos orais para câncer de mama e cólon, enquanto que em hospitais particulares a disponibilidade pode variar de acordo com cada convênio.
Confira abaixo os nomes de alguns medicamentos empregados na quimioterapia oral:
- Abiraterona;
- Aprepitanto;
- Capecitabina;
- Desatinibe;
- Etoposide;
- Lapatinibe;
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Letrozol;
- Melfalan;
- Sorafenibe;
- Vemurafenibe.
Efeitos colaterais da quimioterapia oral
Apesar de mais simples de ser administrada e evitando desconfortos com deslocamento até a clínica ou o hospital, a quimioterapia oral também apresenta seus efeitos colaterais. Como na quimioterapia tradicional, eles também variam bastante de acordo com a medicação, como explica o especialista Dr. Sergio Simon.
A queda de cabelo nesse tipo de quimioterapia, por exemplo, pode não correr, devido ao nível de toxidade dos medicamentos, o que livra também os glóbulos sanguíneos de serem atacados. Mas outros efeitos podem surgir, sendo eles:
- Anorexia causada pela perda de apetite;
- Feridas diversas na boca;
- Náuseas e fadiga;
- Diarreia;
- Dores nas articulações;
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Alterações diversas na pele, como secura e rachadura nas mãos e nos pés;
- Impotência sexual.
Por isso, antes de iniciar o tratamento é fundamental conversar com seu oncologista sobre o medicamento receitado, a fim de entender quais efeitos colaterais podem ocorrer e como lidar com eles. Cuidar da alimentação, utilizar protetor solar e cremes hidratantes livres de álcool são alguns dos cuidados básicos que devem ser tomados, minimizando os desconfortos que surgirem.
Se você tiver mais alguma dúvida sobre o que é quimioterapia via oral ou mesmo sobre outros assuntos relacionados, deixe nos comentários para que possamos fazer um post respondendo =)